quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Moleza concentrada

Hoje é dia de esforço concentrado no Senado Federal. Desde julho, eu, senhorita nada paciente, aguardo pela volta das sessões e votações no Congresso. Mas, tudo está suspenso por conta das eleições. Na prática, em quase quatro meses, ninguém aparece para trabalhar.

Tudo bem, até o primeiro turno, no dia 3, os ilustres parlamentares foram liberados para fazer campanha nos estados e acredito que eles realmente tenham se esforçado muito nesse período. Infinitas viagens atropeladas, comícios ininterruptos, noites em claro buscando estratégias para abocanhar  votos de eleitores. Sim, abraços, beijos e sorrisos vinte e quatro horas. Ritmo exaustivo!

Porém, o período de convalescença já terminou. Mas, tudo indica que não vai haver quórum suficiente para votar matérias nesta quarta-feira.

O curioso é que o Senado busca soluções para tentar reverter à situação de jovens que não estudam e nem trabalham. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, dois em cada dez jovens brasileiros de 18 a 20 anos nem estudam nem trabalham. São apelidados por especialistas de geração nem-nem. Acordam tarde, passam horas em frente ao videogame, computador e TV, e perambulam pelas ruas e shoppings. À noite saem para as baladas e dormem de madrugada.

O estilo típico dos fins de semana faz parte da rotina de aproximadamente dois milhões e quatrocentos mil jovens brasileiros.

Depois de abandonarem os estudos, sem experiência e com uma péssima formação educacional, eles não sabem o que fazer no futuro. Especialistas apontam que apesar de a economia do país estar aquecida, o aumento do número de jovens à toa está relacionado à competição no mercado de trabalho e aos programas de transferência de renda do governo.

Fico pensando! Será que os jovens estão se espelhando em nossos governantes ou os nossos governantes é que estão à toa sem cumprir o papel que lhes cabe? Onde estão os projetos para melhorar o acesso à educação e estimular a contratação de jovens? Se houvesse mais empenho e esforço de grande parte dos nossos políticos, a começar pelo bom exemplo de trabalhar de forma comprometida, talvez esses jovens “sem futuro” teriam mais ânimo para lutar, com esperanças reais de terem um futuro promissor.

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