Sonhos Esquisitos

Desde pequena, quando comecei a mudar de cidade, passei a ter sonhos esquisitos. Digo esquisitos porque são uma verdadeira salada de frutas. Até pouco tempo, meus sonhos sempre envolviam as pessoas do local em que morava, na época, e ambientes da minha terra natal, no caso Belém.

Hoje, adulta, a esquisitisse continua, mas de uma forma um pouco diferente. Agora, os sonhos envolvem amigos e desconhecidos de ambientes distintos, ainda num local longínquo.

O sonho mais repetido que já tive e ainda tenho é relacionado aos meus dentes. Como usei aparelho quase cinco anos, até hoje tenho pesadelos de que ao tirar os ferros da boca meus dentes todos amoleceram e os perdí. Quando chega na parte em que terei de colocar dentadura, sempre acordo assustada passando a língua sobre os dentes para checar se eles estão por lá... Uma sensação bem incômoda.

Ultimamente tenho me surpreendido com a facilidade que as pessoas me contam segredos pessoais. Claro que não irei relatá-los aqui. Mas isso tem mexido um pouco comigo. E meus sonhos têm ficado ainda mais estranhos... Pra piorar a situação eu durmo muito fácil.  Basta um piscar de olhos e já estou cochilando e sonhando.

Hoje à tarde mesmo tive um sonho esquisito. Me tornava amiga e conselheira de uma pessoa que nem ao menos conheço. Estávamos num grupo de pessoas conhecidas e outras que só conheço de vista, tanto amigos de infância como os atuais, todos juntos. A rua, pra variar, rs, era a da minha escola e igreja, que frequentava quando pequena. Enquanto eu me esforçava para enturmar e reunir todos para tirar fotos, chegou um mendigo de rua e colocou a mão no meu ombro como se fosse um amigo: Oi Silaine, tudo bom? Respondi assustada: Oi, tudo! Como você sabe meu nome? Minha irmã, que até então não estava no sonho, aparece com aquele olhar de eu já te disse: Você tem algo que aproxima as pessoas, dá muito liberdade, mesmo sem querer. O mendigo responde: Todos os mendigos e flanelinhas da rua te conhecem. Mas o meu nome é tão difícil! Como vocês aprenderam? Na verdade, em geral, a gente te chama de magrela. Todos riem...e eu acordo...

Viver em diversos locais pode provocar um verdadeiro rebuliço na sua cabeça. Nesse longo processo você simplesmente aprende a lidar com o novo. As primeiras mudanças sempre são traumáticas, por isso, não exija tanto de você. Boa ou ruim, qualquer mudança pode te causar algum tipo de dificuldade emocional. Num minuto você pode estar rindo e em outro chorando. Calma, isso é normal. Mudar é se desprender de algo e perceber que as coisas serão diferentes de agora em diante. Ignorar as mudanças só vão tornar as coisas mais difíceis. Encare os novos desafios de frente sem buscar paliativos como bebidas ou drogas. Faça novos amigos, busque os mais confiáveis e tenha sempre alguém por perto para conversar e sorrir. Por fim, se esforce para ser uma boa pessoa e não desgraçar a vida de ninguém, principalmente a sua.