quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Pedido contrariado...

Lembro-me bem do primeiro amigo oculto que eu participei. Foi o do coral infantil da minha igreja. Eu tinha apenas seis anos de idade, mas já era capaz de dar vexame. E bota vexame. As crianças deveriam dar chocolate de presente e meus pais compraram duas caixas de bombom da Garoto: uma para mim e outra para a minha irmã. Fui à festa toda feliz e orgulhosa com o presente em mãos e estava ansiosa para receber algo pelo menos parecido.

Como toda garota curiosa comecei a olhar os presentes dos meu colegas. Ao virar para trás, no entanto, vi um menino mais velho com uma barra do delicioso chocolate ao leite da Nestlé quebrada ao meio. Logo exclamei: Nossa, olha o que ele vai dar! Um chocolate todo quebrado. Coitado de quem ele tirou.

O amigo secreto começou e eu já estava impaciente esperando a minha vez. Por incrível que pareça até hoje não consigo lembrar quem eu tirei. Mas jamais fui capaz de esquecer quem me tirou.

Quando chegou a vez do pobre menino da barra quebrada falar eu já nem estava mais prestando atenção no amigo oculto. Ele disse: A pessoa que eu tirei é magra, lorinha e baixinha. Alguns disseram: é você Silaine. Não, eu não sou baixinha, protestei. Ele me olhou e disse: é você sim.

Nossa, já dá para imaginar a situação. Eu levantei arrasada e fui buscar o presente. Voltei chorando. Que mico! Meus pais, é claro, vieram conversar comigo e eu tentei argumentar que não queria dar a minha caixa de bombom e ficar com uma barra quebrada e derretida. Minha mãe raciocinou: a gente coloca na geladeira e ela vai ficar durinha. Acreditem, passei mais de meia hora chorando.

A mãe do Wesley tentou esclarecer a situação. Disse que ele não tinha tido tempo de comprar o presente e quando chegou às Lojas Americanas só encontrou a barra quebrada. E meus pais explicaram que o mais importante era confraternizar e não ganhar presentes.

Aprendi a lição, correto?

Negativo...

Esta semana participei de um amigo oculto cujos presentes eram chocolate ou havaianas. Fui a primeira a enviar os meus modelos favoritos de havaianas com a minha numeração. Ainda indiquei a loja onde comprar. Deixa eu explicar: queria um look que combinasse com os meu biquínis, pois vou entrar de férias na semana que vem.

Outros amigos, porém, deixaram claro que queriam chocolate e não chinelos. No dia da revelação fui almoçar na casa da minha irmã. Quando estava no elevador a ouvir dizer de longe que ela precisava ir à Cacau Show comprar chocolates. Logo deduzi: ela não me tirou, certo?

Na hora da festa já estava imaginando o meu visual de praia... E a minha irmã com uma linda caixa de chocolates finos. Quando ela começou a falar nem prestei atenção, pra variar. E não lembro o que ela falou, de verdade! Mas a mesma cena de anos atrás se repetiu. Todos começaram a dizer: Ela te tirou Silaine. Eu arregalei os olhos e disse: Não acredito que você comprou chocolate pra mim! Ela começou a rir. Sem graça, eu peguei a caixa e abri: Qual não foi a minha surpresa.


Lá estavam as minhas lindas havaianas brancas e de borboletas, conforme o pedido. Ufa, que alívio! O sorriso veio na hora.

Minha irmã tinha falado que ía comprar chocolate só para me enrolar. Funcionou muito bem. Porém, a dúvida persistiu. Se outra pessoa tivesse me tirado e não me dado as havaianas eu teria feito a mesma cara?

Boas festas de fim de ano a todos!

Um comentário:

  1. Olá Silaine, tenho acompanhado sempre suas atualizações, olha ri bastante com essa ultima postagem viu. rsrs...
    Certos fatos em nossas vidas nunca se apagam e alguns deles de uma forma ou de outra num momento ou outro sempre reaparecem para poder reavaliar nossa vida. ontem fomos um e hoje? será que somos os 99% os mesmos e 1% diferentes? ou mudamos pra valer e somos 100% novas criaturas? Feliz Sábado querida. Deus te ilumine.

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