quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Conversa no táxi


_A senhora vai pra onde? Palácio do Planalto, respondi.

_A reforma de lá já terminou? Já.

_Demorou muito pra ficar pronto, né? Acho que um ano e meio, disse.

_Hum, a Esplanada inteira está precisando de reforma, você não acha? Com certeza, os ministérios precisam de reparos urgentes, reconheci.

Mas o governo vai ter que gastar uma grana danada pra melhorar as dependências dos ministérios. Diante dos problemas que o país enfrenta isso teria uma repercussão negativa, expliquei. Ainda mais com o atual drama das enchentes.

_Minha filha, acho um absurdo esses governantes deixarem o povo construir nessas áreas de risco. Ninguém tá nem aí pra nada. É verdade, confirmei.

_Mas o povo também não ajuda. Joga lixo nos rios e nos bueiros. O governo deveria oferecer aulas de educação ambiental nas escolas. Ensinar as crianças desde cedo a respeitarem o meio em que vivemos. Porque os pais são todos mal-educados. Jogam latas de cerveja e refrigerante na rua. O povo entope tudo e depois só coloca a culpa no governo. Concordei com a cabeça olhando pelo espelho retrovisor do carro.

_Agora vou falar da minha área, disse o astuto taxista._ Eu acho que o governo tem de colocar espias de satélites nas ruas. Espia de satélites? Perguntei.

_Sim, aqueles espias que pegam os motoristas que andam em alta velocidade. Ah, entendi! Mas o senhor não acha que em Brasília já tem muito pardal?

_Ôh filha, todo mundo já sabe onde tem esses radares. Tem que colocar espia de satélite que pega quem tiver correndo em qualquer lugar.

_Você não viu um dia desse na TV um deputado que matou uma pessoa atropelada porque estava em alta velocidade? Vi sim! _ Pois é, com espias satélites esses safados seriam todos pegos.

É aqui! Obrigada, viu? Bom dia, fia... bom trabalho!

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